A Psicologia na filosofia de Arist teles
Os traços da Psicologia na filosofia de Aristóteles encontram-se nos livros que constituem o tratado Sobre a Alma. Entretanto, a ordem do agrupamento, isto é, a escolha do conteúdo e a estruturação em “tratados”, não se deve a Aristóteles. Não é uma obra planejada, organizada e revista por ele. É uma versão organizada por Andrônico de Rodes, cujo trabalho editorial, subjaz a toda a tradição manuscrita posterior e a versão que chegou ao século IX, não existindo manuscritos anteriores (COL. OBRAS COMPLETAS DE ARISTÓTELES, vol.III, 2013)
No tratado Da Alma Aristóteles investiga a estrutura dos seres vivos diferenciando seres animados dos seres inanimados: os seres animados possuem um princípio vital que lhes dá a vida, e, esse princípio é a alma. Para responder o que é a alma, Aristóteles recorreu à sua concepção metafísica da realidade, segundo a qual todas as coisas geralmente são compostas de matéria e forma. A matéria sendo potência, e a forma, inteléquia ou ato. Aristóteles observou que “os corpos vivos têm vida mas não são vida e, portanto, são como o substrato material e potencial do qual a alma é forma e ato” (REALE, 2007,p.78). De acordo com Reale (2007), Aristóteles define a alma como a inteléquia de um corpo natural orgânico que têm a vida em potência. Nessa definição a psyché aristotélica distingue-se da psyché dos filósofos pré-socráticos, identificada geralmente como princípio físico ou um aspecto deste, a ponto de ser vista como diferente do corpo, incapaz de uma conciliação harmônica com este. O corpo era visto como cárcere para expiação da alma. Platão, após o Fédon, passa a entender a alma como movimento. Aristóteles tenta unificar os dois pontos de vista para solucionar o problema especulativo. Apoia os pré-socráticos ao ver a alma intrinsecamente unida ao corpo e, concorda com Platão, ao ver a alma como natureza ideal. Entretanto, não é uma realidade separada, inconciliável do corpo, é a forma, o ato ou a