A psicologia hospitalar
Áderson L. Costa Júnior*
Universidade de Brasília
Introduão
Câncer é uma palavra ainda hoje cercada de vários tabus e freqüentemente associada a situaões como adoecimento, sofrimento, mutilação e morte. Algumas pessoas evitam até pronunciar a palavra, referindo-se ao câncer como "aquela doença" ou "aquilo", por acreditarem que a simples menão do nome pode atrair "maus fluídos" ou mesmo fazer as pessoas ficarem doentes.
Infelizmente, crenças e comportamentos como esses só contribuem para aumentar a desinFormação a respeito da doença e estigmatizar a pessoa com câncer, tratando-a como alguém que deve ser escondido ou isolado do convívio social. Isso é extremamente prejudicial no combate à doença, uma vez que a inFormação correta e objetiva permite a prevenão e o diagnóstico precoce, que são as principais armas na luta contra o câncer.
O que é o câncer
Na verdade, a palavra câncer representa um conjunto de mais de 200 doenças (patologias) que têm em comum um processo de crescimento desordenado de células anormais em diferentes partes do organismo e que pode ocorrer em qualquer idade, tanto em crianças quanto em adultos. O tipo de tecido corporal de onde essas células se originam e começam a se multiplicar determina o tipo de câncer e influencia o seu grau de gravidade, bem como a maior ou menor facilidade de tratamento.
Segundo o Instituto Nacional do Câncer (INCA), o câncer representa a terceira principal causa de morte no Brasil, com aproximadamente 110.000 óbitos por ano. Em crianças, diferente dos adultos, o câncer afeta geralmente células do sistema sangíneo e dos tecidos de sustentação, sendo que os atuais métodos de tratamento são mais eficientes e as chances de cura muito maiores do que em adultos.O tipo de câncer mais comum na infância é a leucemia linfóide aguda (LLA), que é também um dos tipos de mais alto índice de cura, chegando à cura completa em cerca de 70 a 80% dos casos. Esses