A psicogenese da língua escrita

AS CONTRIBUIÇÕES DA PSICOGÊNESE DA LÍNGUA ESCRITA E ALGUMAS REFLEXÕES SOBRE A PRÁTICA EDUCATIVA DE ALFABETIZAÇÃO
Telma Weisz

• A psicogênese da língua escrita, de Emília Ferreiro, é uma teoria que tenta descrever coerentemente o que é comum a todos os processos individuais de alfabetização. Ela trouxe duas rupturas de fundamental importância: • Ruptura do binômio ensino-aprendizagem. Passa de um processo não articulado e focado no ensino, para uma preocupação da aprendizagem do ponto de vista do aprendiz. • Ruptura do binômio fonema-grafema. A idéia de que aprender a ler era meramente memorizar associações entre fonema e grafema foi contraposta com a idéia de que o conhecimento não aparece como algo que está fora e deve ser consumido, mas sim, que ele deve ser produzido, construído pelo aprendiz enquanto sujeito.

• A construção de conhecimento não é linearmente cumulativa, o sujeito constrói hipóteses que são reformuladas freqüentemente. E é através desse processo que o sujeito se apropria da escrita e de si mesmo, como usuário-produtor da escrita. • Ao contrário do que se pensava, a vinculação entre escrita e fala não tem nada de óbvio, e mesmo quando o aprendiz já estabelece essa relação , a vinculação que se estabelece não é do tipo fonema-grafema.

O Conhecimento da Psicogênese da Língua Escrita

O Conhecimento da Psicogênese da Língua Escrita
Para o professor que não conhece a psicogênese da língua escrita, a criança: • Não fixou a sílaba ti. • Não deu o “estalo”. • Tem problemas psicológicos pois “come” letras.

O Conhecimento da Psicogênese da Língua Escrita
Para o professor que conhece a psicogênese da língua escrita, a criança: • Já compreendeu que a escrita representa a fala. • Já sabe que é necessário segmentar a fala para representar, ordenadamente, cada segmento oral por uma letra. • Já tem claro que diferentes emissões sonoras devem ser representadas por diferentes sinais gráficos.

O Conhecimento da Psicogênese da Língua