A psicanálise e o mundo de hoje
Há quem diga que esse papo de Freud já está ultrapassado, falar com um psicanalista sobre explorar ideias, reflexões, problemas já era. Isso diante da nossa inquietação, nossa agitação e os nossos recursos disponíveis em nossos tempos.
A aceleração da mudança nos lança na incerteza quanto ao futuro. Denise Maurano vem nos mostrar que não é bem por ai, o futuro chegou e estamos na modernidade. O que torna a frente da cena?
É a comunicação, ou seja, no fim das contas o que mais se acelerou em nossos tempos foram os laços que nos ligam.
É verdade que desde a invenção da psicanálise até agora muitas coisas mudou, mudaram costumes a sociedade certamente não é mais a mesma, diferentes recursos para se lidar com a vida dominam a cena contemporânea.
Se em outros momentos na historia da humanidade o homem apelava a outros valores para se haver com as dificuldades da vida: Constituição da Lei, a fé em Deus, as luzes da razão. Na contemporaneidade parece ser no anseio de criar laços, de comunicar-se, que o homem aspira encontrar salvação para suas dificuldades e sobre tudo para se desamparo.
Isso parece estar bem representado na pintura A parábola dos cegos, de 1568, do pintor flamengo Pieter Brueguel, chamado o Ancião, na qual uns tantos cegos, andando pela rua em fila, encontram-se certamente uns apoiando nos ombros dos outros, porem todos juntos não sabem a onde vão chegar.
Parece que estamos mesmo no Império de Eros. Eros não é apenas o Deus do Amor, mas tal como propôs a Psicanálise, é, sobretudo, tendência a promoção de laços, tendência a estabelecer ligações.
Foi a inquietação da falta, vivida na contemporaneidade de como falta de amor, ou insatisfação sexual, que deu origem à invenção da psicanálise. A psicanálise veio servir para tratar dos impasses decorrentes disso. Cedo, Freud percebeu que aquilo que fazia sofrerem as mulheres que ele atendia, e lhes fazia produzir sintomas inexplicáveis aos olhos dos médicos de seu