A proza realista de Machado de Assis

INTRODUÇÃO

O realismo no Brasil surge para contradizer a ideologia do romantismo com a influência do escritor português Eçá de Queiroz com as obras “O Crime do Padre Amaro”, criticando o clero e “O Primo Basílio”, onde o autor faz uma análise crítica da família burguesa urbana no século XIX . A primeira obra realista brasileira foi “O Mulato” de Aluísio Azevedo, publicada em 1881. Tinha como principal característica o emprego de temas voltados para a análise do ser humano. Essa nova escola literária baseava-se na observação fiel e científica da realidade, de forma bastante objetiva, e também na experiência do indivíduo que, para os autores, era determinada pelo seu ambiente e hereditariedade.
O movimento ficou conhecido pelo seu poder de crítica e por mostrar a face nunca antes revelada: a do cotidiano massacrante, do amor adúltero, da falsidade e do egoísmo humano, da impotência do homem comum diante dos poderosos.
Grandes escritores realistas descrevem o que está errado de forma natural, ou por meio de histórias como faz Machado de Assis. Se um autor desejasse criticar a postura de alguma entidade, não escreveria um soneto, mas sim histórias que envolvessem-na de forma a inserir nessas histórias o que eles julgam ser a entidade e como as pessoas reagem a ela.
A principal característica do Realismo é oposição ao idealismo romântico, pois não há envolvimento sentimental, além da representação mais fiel da realidade, romance como meio de combate e crítica às instituições sociais decadentes, análise dos valores burgueses com visão crítica denunciando a hipocrisia e corrupção da classe, influência dos métodos experimentais, narrativa com muitos detalhes e personagens analisadas psicologicamente. A visão subjetiva e parcial da realidade é substituída pela visão objetiva, sem distorções. Dessa forma os realistas procuram apontar falhas talvez como modo de estimular a mudança das instituições e dos comportamentos humanos. Em lugar de heróis, surgem pessoas comuns,