a prova da existencia de Deus
“Até mesmo com relação ao que a razão humana pode pesquisar a respeito de Deus, era preciso que o homem fosse também instruído por Revelação Divina. Com efeito, a verdade sobre Deus pesquisada pela razão humana chegaria apenas a um pequeno número, depois de muito tempo e cheia de erros. No entanto, do conhecimento desta verdade depende a salvação do homem, que se encontra em Deus, assim, para que a salvação chegasse aos homens, com mais facilidade e maior garantia, era necessário fossem eles instruídos a respeito de Deus por uma Revelação Divina”. (S. Th. I, q.1, a. 1). [1]
Mas tal é a integração de ambos conhecimentos para São Tomás (natural e sobrenatural) que, no seu comentário ao Credo, o Aquinate, ao explanar o primeiro artigo do símbolo breve – “Creio em um só Deus, Pai todo-poderoso, criador do céu e da terra” – cita as Sagradas Escrituras, em concreto o Livro da Sabedoria, censurando aqueles que desconhecem a Deus, apesar de admirar suas obras. Mostra como a Revelação não descarta a via natural para alcançar a ideia da existência de Deus:
“São insensatos por natureza todos os que desconheceram a Deus, e, através dos bens visíveis, não souberam conhecer Aquele que é, nem reconhecer o Artista, considerando suas obras.
“Tomaram o fogo, ou o vento, ou o ar agitável, ou a esfera estrelada, ou a água impetuosa, ou os astros dos céus, por deuses, regentes do mundo.
“Se tomaram essas coisas por deuses, encantados pela sua beleza, saibam, então, quanto seu Senhor prevalece sobre elas, porque é o criador da beleza que fez estas coisas.