A Proposta

“A Proposta” é diferente dos outros episódios por dois motivos: tem um final mais chocante do que engraçado, e lida com o poder vigente ao invés de pessoas lutando contra o poder vigente. O filho de um milionário acaba de atropelar uma mulher grávida, fazendo com que seu pai, Mauricio (Oscar Martínez), suborne o jardineiro da casa para que este leve a culpa. Assim, vemos como aqueles no topo da sociedade têm os meios para nunca levar a culpa por nada, mas essa visão não é tão simples quanto soa. Tanto o fiscal da polícia quanto o advogado de Mauricio tentam lhe passar a perna e o envolvimento com um grupo tão corrupto acaba afetando a mentalidade do jardineiro, que era um homem comum até alguns minutos.
Em “Os Ratos”, a cozinheira diz que faz sentido que o mafioso se candidate a prefeito, já que todos os líderes são bandidos.
“A Proposta” acaba ilustrando essa fala, já que não deixa dúvida disso. Aqueles no topo da sociedade, tanto por dinheiro quanto por poder, só se diferenciam dos criminosos comuns porque são capazes de entender e manipular as leis. O simples convívio com essa dinâmica é suficiente para corromper o simplório jardineiro, mas, por não fazer parte desse mundo, é ele quem acaba sofrendo de um jeito ou de outro.
É interessante notarmos como a desigualdade começa desde cedo. Os filhos de pessoas poderosas como Santiago, recebem tudo com muita facilidade e isso facilita a vida dessas pessoas. É diferente de uma criança não pode dar tudo o que elas querem muitas vezes nem mesmo o necessário. Isso acaba se refletindo na escola onde os filhos da classe majoritária acabam estudando nas melhores escolas e passando nas melhores universidades