A proeminência da mão direita
Referência Bibliográfica: HERTZ, H. A Proeminência da Mão Direita. In: Religião e Sociedade, vol. 06, 1980.
Disciplina: Abordagem Metodológica das Ciências Sociais
Professora: Rachel Menezes
Aluno: Gabriel Waichert
Hertz questiona porque classificamos uma das mãos como melhor que a outra?
Tendo a mão esquerda um uso menos freqüente do que a mão direita, a causa disto seria de ordem natural e anatômica? Ou seria adquirido por meio de socialização?
O autor discute os argumentos que reforçam e valorizam o uso da mão direita. Para estudiosos da anatomia, o uso proeminente da mão direita estaria ligado ao maior desenvolvimento do lado esquerdo do cérebro.
Mas, o que é causa e o que é efeito? Somos destros de mão porque somos canhotos de cérebro, como defende Broca, ou somos canhotos de cérebro porque somos destros de mão?
Para Hertz, a causa orgânica da desteridade é dúbia e insuficiente, embora não possa ser de todo descartada. Certamente houve influências externas ao organismo.
Serão, portanto, influências estranhas ao organismo que vão explicar a preponderância da mão direita, fato que se comprova quando um homem é privado por acidente de sua mão direita. Nestes casos, é muito comum a mão esquerda funcionar perfeitamente bem, desde treinada. Mesmo que fosse provado que a mão direita é naturalmente mais eficiente que a mão esquerda, porque isso se acrescentou a um privilégio instituído pelos homens?
Se a mão esquerda é menos capacitada porque não se reforça seu uso como forma de ampliar seus recursos? Não seria recomendável corrigir a fraqueza da mão menos favorecida pela educação ao invés de mantê-la reprimida e inativa? O desenvolvimento do uso da mão esquerda é metodicamente frustrado.
“A mão esquerda é fraca porque é desprezada e não desprezada porque é fraca.” (pg. 103)
A desteridade não é aceitável por razões naturais, ela é um ideal construído socialmente. Os sentimentos de um canhoto numa sociedade de destros é