A PRODUÇÃO DO CONHECIMENTO PARA MARX
A dialética marxista se insere na tentativa de superação da dialética hegeliana. Segundo Lanni (2003) a dialética hegeliana foi desenvolvida por Marx e outros pensadores na filosofia e ciência sociais onde se reabriu os contrapontos: indivíduo e história, classes sociais e grupos socais, sociedade civil e Estado, estruturas e dominação e apropriação, soberania e hegemonia, classe subalternas e classes dominantes, reforma e revolução, capitalismo e socialismo. Alguns momentos lógicos da reflexão dialética compreendem contrapontos e articulações tais como: aparência e essência, parte e todo, presente e passado, singular e universal. O seu princípio explicativo fundamental é o da “contradição”.
A par desses contrapontos reavivados pelas ideias de Marx, algumas mais diretas caracterizam o pensamento marxista. Segundo Mekesenas (2002, p. 84), pode-se caracterizar como elementos pertencentes à tipologia marxista: “a ciência é produto da história e continuará a sê-lo enquanto houver relações dos indivíduos entre si e com a natureza. Isto é, só posso conhecer conceituar e pesquisar o mundo quando admito que o indivíduo age socialmente com ou contra seus semelhantes”; “o conhecimento da natureza e do ser humano realiza-se por meio da influência que os indivíduos recebem das relações sociais tornadas econômicas [...]. Faz-se necessário o conhecimento das relações sociais de produção e de sua distribuição, isto é, das condições produtoras da riqueza e da miséria.”
Essas ideias radicalizam a forma de pensar. A título de exemplo, pode-se tratar da questão relação entre a consciência e a realidade. Esse ponto foi decisivo no contraponto entre marxismo e o idealismo (femenologia). Para o idealismo é a consciência que produz a realidade. Para Marx é justamente o contrário: a realidade, ao contrário, invés de produto é a produtora da consciência. Com isso, o marxismo inaugura um método que se sustenta pela concreticidade do real a partir