A pris o dos n o presos
RESUMO
Este trabalho tem como objetivo identificar a relação entre o trabalho do agente penitenciário, captar as percepções desses servidores em relação aos aprisionados e a sua própria atividade profissional, analisar aspectos das suas atividades cotidianas com a direção, aprisionados e outros servidores, focalizando os conflitos vivenciados no dia a dia das casas penais e o fenômeno de prisionização como elementos cruciais para o exercício das dinâmicas, fluxos e trocas no interior de unidades prisionais. A metodologia está calcada na pesquisa bibliográfica de títulos específicos que norteiam experiências, vivências, atividades dos agentes penitenciários inseridos e participantes do Sistema Penitenciário. O estudo discute aspectos como disciplina, confiança, medos, preconceitos, relações formais e informais, dentre outros, com o fito de entender as complexas relações estabelecidas no interior da prisão.
PALAVRAS-CHAVE: agente penitenciário; fenômeno de prisionização; pesquisa bibliográfica.
INTRODUÇÃO
A literatura nacional é de certo acordo quanto à raridade de estudos brasileiros sobre prisões e agentes penitenciários. Com o regime ditatorial político implantado no Brasil de 1964 a 1985, esse tema ganha corpo quando “os níveis de encarceramento chamavam atenção mais pela qualidade do que pela quantidade dos encarcerados” (NASCIMENTO, in GARLAND, 2008, p.15). Assim, o sistema carcerário passou por diversas alterações até os dias atuais, dependendo da política preponderante, o qual estipula regras, direitos e deveres, princípios embasadores do ordenamento, entre outros, onde se trata da vida de um ser humano que cometeu um erro, um descumprimento a regra da época e tempo determinado.
As mudanças características do processo carcerário não atingem somente os apenados, mas também, os trabalhadores do sistema penitenciário, que ao ingressarem no sistema são submetidos ao mesmo processo de adaptação - de