a primeira republica
1.1 Contexto histórico
O ano de 2010 comemora o centenário da implantação da República de 5 de Outubro de 1910. Trata-se de uma data muito relevante que mudou o rumo da história portuguesa.
No final do século XIX, Portugal continuava a ser um país predominantemente agrícola. A industrialização só se dera em sectores muito limitados e as fábricas situavam-se apenas nas grandes cidades. A balança comercial portuguesa era, em geral, deficitária, pois continuava a importar-se mais do que exportava. Além disso, como tinha sido necessário recorrer a empréstimos no estrangeiro para grandes obras, o Estado não dispunha, muitas vezes, de meios para pagar os juros desses empréstimos, apesar do aumento dos impostos.
Alguns bancos foram à falência e muitas pequenas e médias empresas atravessaram sérias dificuldades, o que agravou o descontentamento de largos sectores da burguesia. O descontentamento era ainda maior entre os operários. Além de permanentemente ameaçados pelo desemprego, viviam, em geral, em condições bastante deficientes, com salários muito baixos e horários de trabalho pesadíssimos.
Politicamente, Portugal foi, de 1834 até 1910, uma monarquia constitucional. Os dois principais partidos monárquicos – O Partido Regenerador e o Partido Progressista – alternavam no poder, de acordo com a maioria obtida nas eleições. Cerca de 1870 foi fundado o Partido Republicano que aproveitando a liberdade de imprensa passou a desenvolver uma campanha contra as instituições monárquicas. Inicia-se então a publicação do jornal República Portuguesa. A linguagem agressiva e bombástica dos ataques ao rei e à monarquia ganha rapidamente adeptos na população das cidades que simultaneamente realizava manifestações e comícios. O Partido Republicano constituído maioritariamente por elementos da pequena e média burguesia e operários, descontentes com a difícil situação económica e política do país, acreditavam que com a queda da Monarquia, poderiam ver