A Primeira Grande Depressão
A partir de 1848 a economia dos países industrializados entra em um período otimista e eufórico de crescimento do comércio e da indústria. O comércio mundial entre 1800 e 1840 não tinha chegado a grandes patamares de crescimento, no entanto entre 1850 e 1870 cresceu cerca 260% de acordo com Eric Hobsbawn, em a Era do Capital.As razões deste boom resultam de uso em grande escala das novidades tecnológicas,principalmente o vapor, a estrada de ferro e o telégrafo; crescimento geral dos preços e dos lucros; capital disponível no mercado financeiro.
A dinamização da produção, do transporte e da comunicação criou um mundo globalizado do qual tornou-se parte desta economia. Segundo Hobsbawn havia um importante fator político que acompanhava tal expansão: a destruição das barreiras legais, e protecionistas, também foram eliminadas as antigas leis contra a usura, tipicamente medievais. A mineração, essencial nesta fase do capitalismo, foi completamente liberada à iniciativa privada em que qualquer empresário poderia então reclamar os direitos de exploração para qualquer mineral que viesse a achar e conduzir a exploração da forma que melhor lhe aprouvesse.
“A expansão geral do comércio mundial beneficiou a todos, talvez mesmo que beneficiasse desproporcionalmente à Inglaterra. Tanto um comércio de exportação grande e sem impedimentos, quanto uma fonte de alimentos e matérias-primas igualmente grande e sem impedimentos eram evidentemente desejáveis.
Se alguns interesses específicos pudessem ser afetados de forma adversa, havia outros que a liberalização compensava. (..) O ferro para estradas de ferro e maquinaria não inibiu a industrialização de outros países, mas, pelo contrário, facilitou-a”. (Eric Hobsbawm, A Era do Capital – 1848-1875-, 1982, Paz e Terra, pag 53).
De 1760 a 1830, a Revolução Industrial limitou-se à Inglaterra, a oficina do mundo. Para manter a exclusividade, era proibido exportar maquinário e tecnologia. Mas a produção de