A “Primavera Árabe” e o uso político da técnica: dos sites de relacionamento para as ruas no caso egípcio
Jonatas Wesley Aranha Nascimento1
Murilo Oliveira Melo2
Alexandre do Nascimento Bezerra3
Resumo
Os movimentos de emancipação social vivenciados no Oriente Médio e noticiados pela mídia internacional como o arvorecer de uma nova era para as nações da região que viveram por décadas sob regimes autoritários, possuem uma grande significação para a nova geopolítica mundial. O caso egípcio se mostra bastante emblemático, mais do que a derrubada de um governante local, trata-se de um processo que abarca relações políticas e econômicas muito complexas envolvendo
Estados Unidos, Europa, Israel e países árabes, que inclui à exploração dos recursos petrolíferos na região. Tal variável esclarece o apoio dado pelas potências ocidentais ao governo Mubarak, em detrimento dos constantes protestos populares que derrubaram o presidente.
Palavras-chave: Egito; Primavera Árabe; Redes Sociais.
Introdução
A data de 11 de fevereiro de 2011 entrou para a história da República Árabe do Egito marcando o fim de um governo ditatorial que perdurava por três décadas.
Naquele dia, o então presidente Hosni Mubarak renuncia e entrega o poder ao exército após dezoito dias de intensas manifestações populares em todo o país.
Poeticamente, Costa descreve o processo e lança mão da expressão que ressoou nas grandes mídias: “Depois de um longo inverno, chega a Primavera para saudar a vida e lembrar ao mundo de que por mais longa que seja uma estação, um dia cessará e nascerão as flores”.
Os movimentos populares na região tem inicio no fim de dezembro de 2010, quando um jovem tunisiano põe fogo no próprio corpo como forma de protestar contra as condições de vida em seu país, comovendo o mundo e atiçando as brasas da indignação (Tv Cultura, 2011). A dimensão numérica da mobilização social foi se
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Graduando do Curso de Licenciatura em Geografia (UFRN). Contato: