“A preservação da memória histórica, a reconstituição do passado e o relato dos acontecimentos não são sempre idênticos em todos os tempos e em todos os lugares.
À medida que avançam a ciência e a tecnologia, e novas ordens sociais se instauram com novos paradigmas, valores e linguagens, a ruptura com o passado torna-se inevitável. O esfacelamento da memória cultural, das tradições, desvincula o homem de suas raízes, aliena-o da “realidade objetiva”, impossibilita-o de compreender como e porque se dão as transformações econômicas, políticas, sociais e culturais, porque faltam-lhe os elos que dão sentido aos acontecimentos, tornando-o, dessa forma, presa fácil de manipulação e dominação.
Em 1982, quando se começou a trabalhar a idéia da criação da Casa da Cultura de Marabá, foi iniciada a coleta de fragmentos da cultura de toda a região sul e sudeste paraense. Quando falamos em fragmentos nos referimos tanto aos bens materiais quanto imateriais da cultura, que vão desde utensílios, peças de valor histórico até as tradições e costumes presentes no modo de vida de uma comunidade.
Desta forma, com o objetivo de assegurar a existência dos valores culturais de Marabá e região, por meio de histórias de vida contadas por pessoas que possuem saberes populares, conhecimentos tradicionais e culturais, foi que a Fundação Casa da Cultura de Marabá criou o Projeto Memória que em muito contribui para a preservação de nossa