A presença do negro no futebol brasileiro

A presença do negro no futebol brasileiro

A presença dos negros em qualquer área sempre nos traz uma história com processos dramáticos e representativos de problemáticas centrais da sociedade. O futebol chegou ao Brasil no final do século XIX e em um primeiro momento era praticado apenas pela classe dominante, excluindo os negros e os brancos pobres. Segundo o Livro: “O Negro no Futebol Brasileiro” o primeiro time nacional a aceitar um jogador negro foi o Bangu, e o time carioca Vasco da Gama foi o precursor na colocação de um time racialmente misto em campo. No começo o futebol dos grandes clubes era contra os negros então para poderem jogar eles usavam toucas para camuflar os cabelos crespos e se maquiavam com pó-de-arroz para clarear a pele.
Os negros sulistas criaram, entre 1915 e 1930, uma liga composta exclusivamente por descendentes de negros africanos, intitulada Liga Nacional de Futebol Porto Alegrense. Esta liga foi popularmente conhecida como a Liga da Canela Preta. Eles criaram essa liga devido ao fato de o futebol, na época, já estar em destaque no sul do país então eles acabaram começando a jogar entre si já que não eram permitidos a prática esportiva junto a classe social dominante.
Um fato marcante para a história da presença do negro no futebol brasileiro aconteceu no Rio de Janeiro em 1923, quando um time pequeno intitulado Vasco da Gama ganhou o campeonato carioca com uma equipe repleta de mulatos, negros e brancos pobres. A vitória desse pequeno time teve tanta repercussão que incomodou os grandes times que acabaram se unindo para tentar fazer com que reformulassem as regras do campeonato e os sistemas de disputa para colocar uma cláusula de que os negros não fossem mais permitidos em qualquer clube de futebol. O presidente do Vasco da Gama, com a solidariedade de algumas outras agremiações, enviou um documento para a Associação de Esportes Atléticos, organizadora do campeonato carioca, afirmando que seu time não participaria da entidade