A Presença do Indio
1 – INTRODUÇÃO
A história da região em que hoje se ergue o município de Nova Friburgo estruturou-se sobre uma área indígena conhecida nos tempos do reino como “sertão ocupado por várias nações dos índios brabos”. Os primeiros habitantes nativos da região eram povos das tribos Puri, Puri-Corado e Guayacaz que viviam em cabanas simples nas abas das pedras, exímios caçadores, alegres e festivos que à noite dançavam a luz das fogueiras, segundo relatos de visitantes estrangeiros. Alimentavam-se de raízes, brotos, entre outros, bem como da caça de animais de pequeno e médio porte.
Nos estudos relativos à história da região de Cantagalo e Nova Friburgo (do qual Sumidouro fazia parte) vários historiadores como Affonso de Escragnolle Taunay, Herculano Mathias Gomes, Galdino do Valle Filho, José Silvestre Alves de Miranda, J. Conus e Pedro Curio, entre outros menos cotados, não se detiveram em seus estudos, a fazer uma análise mais demorada sobre os índios que habitaram primitivamente a região da fazenda do Morro Queimado (núcleo inicial de Nova Friburgo). O cavaleiro de Porcelet, médico de Estavayer-le-Lac, é o primeiro a pisar em Nova Friburgo. Dele a um documento que relato um primeiro encontro com os índios.
Em sua narrativa simples e objetiva, Porcelet descreve a espera para o embarque na Holanda, a viagem de lá até o Brasil, o tempo passado até o início da subida a Nova Friburgo, a atenção dada aos migrantes pelo governo português, o caminho para a colônia, a vila de Nova Friburgo, as hortaliças e frutas, buscando sempre estabelecer uma comparação entre a Suíça e o Brasil, Nova Friburgo e Fribourg, o rio Bengala e o Sarine. Ele divide sua narrativa em dois momentos: primeiro descreve o lugar onde se localiza a vila, depois analisa os obstáculos a superar. Não poupa elogios nem críticas. Faz comentários sobre os animais selvagens encontrados nos arredores da colônia e sobre as más condições dos caminhos, constante fonte de