a pratica do planejamento
Na primeira perspectiva, o planejamento do ensino está centrado na organização da fala do professor em aulas expositivas. As preocupações do professor nesse caso se resumem a responder perguntas do tipo: o que vou dizer sobre o tema a meus alunos?; que informações irei selecionar para minha aula?; quais exemplos irei apresentar a meus alunos?; que exercícios de fixação irei propor?.
Entretanto, essa perspectiva é limitada, pois não considera o problema crucial de como criar estratégias que favoreçam a interação dos alunos com os objetos do conhecimento (os tópicos do currículo). Os estudos de psicologia da aprendizagem nos informam que aprender implica agir mental ou materialmente sobre os objetos do conhecimento, ou seja, não há aprendizagem passiva e o conteúdo que os estudantes aprendem nem sempre coincide com os conteúdos que ensinamos. O que é aprendido é o resultado de um diálogo entre a nova informação e outras que compunham o repertório de crenças, conceitos, experiências e valores daquele estudante.
Na segunda perspectiva, o ensino e seu planejamento são concebidos para potencializar a ação dos estudantes enquanto sujeitos da aprendizagem. Nessa perspectiva, onde ensinar é “assinalar caminhos para a aprendizagem”, devemos pensar não apenas na seleção dos conteúdos, mas sobretudo nas estratégias de ensino que iremos utilizar em sala de aula. As preocupações que dirigem o planejamento do ensino, nesse caso, levam o professor a considerar, além das questões enunciadas anteriormente, outras tais como: o que farei para romper a passividade dos meus alunos em sala de aula?; quais situações irei apresentar como problema inicial a motivar o estudo do tema?; como recuperar o que os alunos já sabem a respeito do tema ou outros conhecimentos a ele relacionados?;