A postura do educador perante os problemas dos seus alunos além-muro da escola.
Edy Vidal*
Resumo – Neste artigo apresentamos um estudo de caso onde procuraremos fazer uma reflexão sobre a atitude de educadores frente à situação vivenciada em torno de comprovada prática de abuso sexual. A insegurança de manifestar apoio, o medo de represália, a falta de sensibilidade de como conduzir a situação problema, a inexistência de apoio especializado no corpo docente. Tendo com agravante o fato que o abuso fora praticado pelo próprio genitor da aluna, que apesar da ordem judicial proibi-lhe de aproximasse da filha, circulava diariamente nas cercanias da escola. Os gestores, apavorados, fazem vista grossa talvez por desconhecerem qual o procedimento adequado para solução do problema.
INTRODUÇÃO
Já não se pode afirmar que no lar a criança encontra amor e proteção, pesquisa realizada pelo Hospital das clinicas da Universidade de São Paulo, citada no site http://www.childhood.org.br/, revela que quatro a cada dez crianças vítima de abuso sexual foram agredidas pelo próprio pai e 30% pelo padrasto. O tio é o terceiro agressor mais comum (15%), seguido de vizinhos (9%) e primos (6%), sendo que por pessoas desconhecidas são 3% dos casos.
O quadro abaixo, publicado na revista Veja, tendo com fonte VIVA SINAN/SVS/MS, apresenta a violência sexual por faixa etária em comparação com outros tipos de violências que ocorrem diariamente nos lares da família brasileira que irá repercutir de maneira desastrosa no aprendizado da criança.
*Licenciado em Biologia, cursando pós-graduação em Gestão e Coordenação Escolar na FVJ (Labor)
Miller (2000, p.71) afirma:
O trauma do abuso sexual, com intrusão violenta no corpo e na mente da criança, pode ser ligado imediatamente à ruptura do desenvolvimento cognitivo e emocional, dando lugar a distúrbios grave e, em casos mais extremos, a estados psicóticos.
O abuso sexual, em qualquer classe social, tem consequência terrível para a