A Política Externa do Brasil no Século XXI: Os Eixos Combinados de Cooperação Horizontal e Vertical
Com o fim da Guerra Fria, em 1989, é perceptível no Brasil, um debate marcado por duas tendências que marcam as Relações Internacionais do país nas próximas duas décadas, período abordado pela autora em seu texto. São elas: a tendência hemisférica-bilateral e a global-multilateral.
O debate acerca das duas tendências ganha destaque no governo Lula e suas opções de conduzir a Política Externa no Brasil. De um lado, é visível a presença de grupos que defendem o retorno da relação especial do país com os EUA. Já do outro lado, há os que priorizam as relações com outros países emergentes na África, Ásia Oriente Médio e os países vizinhos da América do Sul.
No entanto, o que se pode perceber, é que durante o governo do presidente Lula – que teve Celso Amorim a frente do Ministério das Relações Exteriores (MRE) e Samuel Pinheiro Guimarães na secretaria Geral do MRE - a associação dos eixos horizontal (relações Sul-Sul) e vertical (relações Norte-Sul). Destaca-se, aqui, o crescimento do poder de barganha do Brasil frente ao eixo vertical e aos EUA. Porém, Cristina Pecequilo ressalta que essa combinação de eixos não ocorre de maneira simples e se faz necessário analisar as décadas de 1990 e 2000 a fim de se compreender a dimensão desse cenário paradigmático.
O que fica caracterizado pela autora como “a década bilateral dos anos 1990” traz aos países um desafio no processo de adaptação a “Nova ordem mundial”, com uma agenda de política externa sob os preceitos da cooperação e regimes liberais, liderado pelos EUA e por uma liderança multilateral, com destaque das Nações Unidas (ONU) como mediador.
Em contraposição a esse otimismo, os