A política externa ambiental - resenha
O objetivo do capítulo é expor como anda a condução da política externa brasileira no tocante às questões ambientais. Para chegar a isso, a autora expõe o contexto internacional e a evolução desse debate, notadamente, ao referir-se às Conferências de Estocolmo (1972), RIO 92 e RIO +10 (2002). Com relação a esse recorte temporal, o que se observa é uma evolução entre as duas primeiras grandes reuniões e um notável fracasso quanto à última. Se durante as duas primeiras se objetivou sair de um viés totalmente desenvolvimentista, para integrar políticas de desenvolvimento ao meio ambiente pela adoção do conceito de “desenvolvimento sustentável”; nessa última o que se observou foi apenas uma certa estagnação/fracasso acerca da efetividade das políticas apregoadas pelos países desenvolvidos e subdesenvolvidos. Nesse sentido, o Brasil demonstra ter posição única na política ambiental global. Dotado de grande biodiversidade e potencial biológico, se esperava que o país legitimasse sua posição de líder ao conduzir de forma mais firme suas reinvindicações, no entanto, não é isso que acontece.
Em contrapartida, não se pode ignorar o papel brasileiro no fortalecimento dessa temática, principalmente no que tange ao entendimento dos princípios e evolução de seus significados perante as discussões. Daí o fato de não se poder enxergar o período de transição como uma ruptura, uma vez que a política adotada pelo Brasil era a mesma, o que mudava era apenas o nível de participação governamental e de atores não-estatais. Hoje, o país, por exemplo, já não considera o tema ambiental como ameaça à sua soberania, mas sim como oportunidade para se garantir o desenvolvimento nacional. Além disso, a posição brasileira de líder sem parcerias – ou