A POLÍTICA DE INCLUSÃO DE CRIANÇAS DE SEIS ANOS NA ESCOLA E SUA REPERCUSSÃO NO ENSINO DA LEITURA E DA ESCRITA
A POLÍTICA DE INCLUSÃO DE CRIANÇAS DE SEIS ANOS NA ESCOLA E
SUA REPERCUSSÃO NO ENSINO DA LEITURA E DA ESCRITA
Ceris Ribas da Silva(1)
Este texto pretende refletir sobre a política de ampliação para nove anos do Ensino Fundamental, elegendo, sobretudo, as questões que envolvem o ensino da leitura e da escrita, para os alunos que passam a ingressar mais cedo nas escolas públicas do país.
As políticas de inclusão das crianças de seis anos
Com a regulamentação da Lei de Diretrizes e Bases (LDB n. 9.394/96) e a elaboração do Plano Nacional de Educação (PNE), algumas redes públicas de ensino do país iniciaram a ampliação para nove anos do Ensino
Fundamental. Os estados de Minas Gerais, Rio Grande do Norte, Goiás e
Amazonas foram os primeiros a adotar essas mudanças. Ao mesmo tempo em que a ampliação dos anos de escolaridade das crianças é reconhecida como uma ação política importante para a democratização do acesso à educação no país, ela levanta discussões sobre os seus impactos na organização do trabalho das escolas e dos professores, principalmente no que se refere ao processo de alfabetização das crianças.
Uma das questões apontadas sobre os impactos da ampliação do
Ensino Fundamental é o fato de que as escolas passarão a receber crianças com idades a partir dos seis anos. Sabemos que, com a entrada de crianças nessa faixa etária, será preciso estar atento para as especificidades de aprendizagem dessa idade, principalmente porque esse é um momento da aquisição inicial da escrita e da leitura. Nesse sentido, o ingresso na escola, aos seis anos, precisa ser interpretado pelas políticas educacionais dos sistemas de ensino como uma oportunidade para dar mais tempo e chance aos alunos para vencerem as etapas necessárias para aprenderem a ler e escrever. Se isso não acontecer, a ampliação do tempo de escolaridade pode
se tornar uma ação