A polêmica transposição do rio são francisco
O governo deverá dar início dentro de 20 dias ao processo de desapropriação das terras por onde vão passar os canais da transposição das águas do Rio São Francisco. Serão pagas 13.304 indenizações, ao custo médio de R$ 10,8 mil. De acordo com as previsões do Fundo de Terras do Estado de Pernambuco (Funtepe), a primeira fase de desapropriações deverá ser concluída em seis meses.
A transposição de águas do Rio São Francisco – que nasce na Serra da Canastra, em Minas Gerais, e ao longo de seus 2.700 quilômetros de extensão corta outros quatro estados (Bahia, Pernambuco, Alagoas e Sergipe) rumo ao Oceano Atlântico – consiste na construção de dois grandes canais que vão retirar a água do rio e levá-la para municípios de Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Norte e Ceará, beneficiando cerca de 12 milhões de habitantes. O projeto está estimado em R$ 6 bilhões, dos quais R$ 4,5 bilhões serão destinados a obras.
Um dos principais projetos do governo Lula, a integração do São Francisco com outras bacias hidrográficas do Nordeste objetiva acabar com o problema da seca no semi-árido brasileiro. A proposta, tão antiga quanto a própria seca na região, tem argumentos contrários e favoráveis. A maior defesa vem do próprio governo, que tem trabalhado para tornar o projeto um marco deste segundo mandato do presidente Lula.
Na linha de frente está o ministro da Integração Nacional, Geddel Vieira Lima, que declarou recentemente que as obras são irreversíveis e não há negociação em torno da continuidade do projeto em si. Estudos do Ministério da Integração Nacional mostram que a integração de bacias no Nordeste promoverá a igualdade de oportunidade para os brasileiros daquela região e demonstram que o projeto não trata apenas de levar água para beber, mas para manter as atividades industriais, comerciais e agrícolas.
Última alternativa
Na oposição, o estudo Transposição de Água entre Bacias e Escassez, realizado pela organização