A POBREZA
O desdobramento mais recente da crise financeira e econômica internacional de 2008-2009 foi o da insolvência das nações desenvolvidas. O grande acúmulo da dívida governamental fez estourar a capacidade de endividamento dessas nações e causou uma enorme turbulência financeira ao provocar o temor de que essas nações não pudessem honrar com seus compromissos e decretassem o calote da dívida30 . A principal consequência da crise das dívidas soberanas foi a grande instabilidade social causada pelos cortes dos benefícios sociais31 .
Em nações como o Japão - que detém o maior percentual de endividamento - a relação dívida-PIB já ultrapassa os 200% 32 33 . Nos Estados Unidos, entretanto, está a maior dívida bruta entre todas as nações do mundo, que já supera os 14,3 trilhões de dólares34 . Nesse ponto, aliado às recentes crises de insolvência na Grécia, Irlanda e Portugal, e ao temor de que a Espanha, a Itália e o Reino Unido35 também não consigam honrar seus compromissos, o mercado financeiro sofreu um forte abalo36 .
Porém, o estopim da segunda crise - que já vem sendo chamada de "déjà vu de 2008"37 , por acontecer exatamente três anos depois do primeiro estouro da crise do subprime - se deu pela desconfiança de que talvez os EUA não conseguissem honrar seus compromissos. A crise do limite de dívida dos EUA, que levou a um longo processo negocial e de debate no Congresso Americano sobre se o país deveria aumentar o limite de dívida, e, caso afirmativo, em que montante, fez crescer a especulação internacional sobre a real capacidade de solvência americana38 . A crise forjou um fim quando um acordo complexo entre ambas as partes conseguiu elevar o limite de gastos em 31 de julho de 2011. Após a sua aprovação no Congresso e Senado, foi ratificado pelo Presidente Barack Obama, ficando o acordo conhecido como Budget