A pesquisa, o tempo, e política
1. DE MANEIRA CLARA E SIMPLES
Os modelos de projetos de pesquisa tornados obrigatórios pelas agências financiadoras e já interiorizados pelos pesquisadores já estão todos mais ou menos iguais, seguem sempre a mesma fórmula, e tanto faz fazê-lo em qualquer lugar do mundo, pois só muda o “conteúdo”. Como se qualquer coisa pudesse ser pesquisada com qualquer metodologia.
Muitas pesquisas são feitas segundo esse modelo de “mercadoria” e podem ser apresentadas em diversos congressos pelo mundo. Como se esse tipo de pesquisa tivesse conseguido homologar todos os gêneros (e conteúdos sociais e culturais) ao mesmo tempo, subtraindo de cada um o seu caráter distintivo, estabelecendo uma nova estrutura teórica e política de equivalência numa forma de pesquisa transnacional. Transformam o cultural em universal e pressupõem que em qualquer realidade todos os elementos e valores são iguais e equivalentes, ou seja, não são afetados pela teoria utilizada.
2. CONTINUANDO DE OUTRA MANEIRA
Não é preciso muito para pensarmos “onde estão os fundamentos”?
Além de continuarem nas religiões, eles estão nas indústrias e nos países centrais e imperiais, Europa e Estados Unidos, para onde vamos com nossas bolsas “aprender”.
Não existe um conhecimento ideal pré-existente a que o homem ascende ou descobre (idealismo), mas um conhecimento que é criado pelo desejo do pesquisador e da sociedade juntos, e materializados pelo desejo do Homem: política da matéria, plasticidade da matéria do mundo. A pluralidade e não monoteísmo. Penso que nossos estudos devem levar o homem a torna-se consciente dos antagonismos dentro e fora de si, consciente dos antagonismos dentro da sociedade em que vive. Não basta, então que o pesquisador se aproprie de um sistema de conceitos. O pesquisador deve perceber que a pesquisa também lhe diz respeito, é autoconhecimento, faz parte da sua vida real, e que os instrumentos que utiliza