A pesquisa: um desafio na formação dos acadêmicos de serviço social
PANIZ, Nilva Bolzoni ; DUERA, Mary Anabel R. de
RESUMO
Este artigo apresenta a análise de uma pesquisa realizada pelos acadêmicos do curso de Serviço Social de Caxias do Sul. A pesquisa foi direcionada à população de baixa renda e/ou em condição de vulnerabilidade social, usuária de algumas instituições assistenciais desta cidade. A parceria com estas instituições permitiu o acesso direto dos acadêmicos aos usuários, concretizando a interação com a realidade social dos mesmos. Conhecer o cotidiano dos sujeitos da pesquisa significou em uma detalhada preparação teórica e técnica que incluiu como variáveis relevantes: a construção coletiva dos instrumentos, a necessidade de adequação às diretrizes das instituições parceiras, a complexidade do contexto econômico, social e cultural da população selecionada e o próprio perfil dos investigadores, diante da primeira experiência em pesquisa social.
I INTRODUÇÃO
O Serviço Social como profissão inserida na divisão técnica do trabalho tem uma trajetória histórica de reflexão sobre sua prática, que ocorreu em uma dinâmica processual realizada na categoria de “desconstruir e construir o seu objeto de intervenção profissional” (FALEIROS, 2010, p. 11). Nesta dinâmica, o profissional de Serviço Social vem adotando diferentes posturas metodológicas, conforme os contextos históricos específicos e as conjunturas políticas, sociais e culturais. Sendo assim, podemos afirmar que esta profissão vem sendo historicamente, situada e contextualizada, nos sessenta anos de trajetória.
A criticidade da categoria aparece na trajetória da profissão pela busca da formação científica e de um perfil de Assistente Social fundamentado teoricamente na sua atuação. Nas décadas de 60 e 70, a Reconceituação foi um marco na profissão que privilegiou a teorização no contexto latino-americano. Nesta análise Netto afirma que “a principal conquista da reconceituação