A pesquisa do professor da educação básica em questão
A pesquisa do professor da educação básica em questão
Menga Lüdke
Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro, Departamento de Educação
Universidade Católica de Petropólis
Giseli Barreto da Cruz
Universidade Federal do Rio de Janeiro, Faculdade de Educação
Luiz Alberto Boing
Centro Pedagógico Pedro Arrupe
Focalizando o estudo
A possibilidade de um professor de escola de educação básica realizar pesquisa é algo que vem suscitando significativo debate no meio universitário, mais até do que no contexto de atuação desse professor. Estudos focados nessa temática são frequentes na literatura acadêmica. Trabalhos como os de Stenhouse (1975), Elliott
(1989), Huberman e Gather Thurler (1991), Hammersley
(1993), Geraldi et al. (1998), Cochran-Smith e Lytle
(1999), Anderson e Herr (1999), Lagemann e Shulman
(1999), André (2001), Lüdke (2001a), Zeichner e Nofke (2001), Tardif e Zourhlal (2005), Durand, Saury e Veyrunes (2005), Zeichner e Diniz-Pereira (2005),
Lüdke e Cruz (2005) evidenciam o grande interesse e a atualidade desse tema, não apenas entre nós.
Todavia, a questão da identidade da pesquisa do professor da educação básica é algo que se mostra ainda de forma obscura. Dados de pesquisa (Lüdke
& Cruz, 2005) revelam que, na visão de professores e na de seus formadores, essa forma de pesquisar vem sendo considerada importante por todos eles, mas nem sempre assumida como algo imprescindível para o
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trabalho desse professor, sobretudo em função das condições para a sua realização e divulgação.
Zeichner e Nofke (2001) discutem uma série de aspectos positivos referentes ao tema, especialmente a partir dos conceitos de reflexividade no trabalho do professor, porém não deixam de assinalar fatores que dificultam o desenvolvimento dessa prática, apesar do reconhecimento de sua importância. Entre esses fatores são destacados: a falta de