“A PERIFERIA” METROPOLITANA COMO LUGAR DO TRABALHO: DA CIDADE DORMITÓRIO À CIDADE PLENA - Luciana Corrêa do Lago
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“A PERIFERIA” METROPOLITANA COMO LUGAR DO TRABALHO: DA CIDADE DORMITÓRIO À CIDADE PLENA - Luciana Corrêa do LagoO que podemos definir como Cidade dormitório? Cidade-dormitório é uma designação usada para se referir a aglomerados urbanos surgidos nos arredores de uma grande cidade tipicamente para servir de moradia a trabalhadores da cidade-núcleo da região. Geralmente, a divisão entre subúrbios e cidades-dormitórios é imprecisa, devido à conurbação das cidades. Cidades-dormitórios costumam estar ligadas por meios de transporte de massa aos locais de trabalho da maioria de seus residentes.
Um resumo da definição "cidade-dormitório" pode ser o seguinte: cidades-dormitório são aquelas em que as atividades existentes não são suficientes para empregar e fixar a sua população ativa, o que leva a maioria dos moradores a se deslocarem diariamente para a cidade mais próxima para, aí, exercer a sua profissão.
A noção de“periferia”, construída nos anos 70 nos marcos da sociologia urbana marxista e incorporada em seguida ao senso comum, qualifica um determinado território na metrópole pelo conjunto de carências ali observadas e não encontrado em outro lugar: carência de serviços públicos básicos, de urbanização das áreas publicas, de titularidade da propriedade e de proximidade do mercado de trabalho, entre outras. A noção de “cidade-dormitório” surgiu como síntese dessas carências e das enormes distâncias a serem percorridas diariamente, entre o lugar da moradia e o do trabalho. Portanto, a “periferia” como lugar do trabalho romperia com a definição em uso.
Essas questões começaram a tomar forma a partir de um exame exploratório, com base no censo demográfico de 2000, sobre o lugar de trabalho da população ocupada residente na metrópole do Rio de Janeiro. Os resultados indicavam uma forte mudança no percentual e no volume de pessoas que não saiam de seu próprio município de residência na periferia metropolitana, diariamente, para trabalhar:63% dos ocupados