A PEQUENA SEREIA
FOSSATTI, Carolina Lanner. Cinema de animação e as princesas: Uma análise das categorias de gênero. Intercom – Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação, X Congresso de Ciências da Comunicação na Região Sul. Blumenau – 28 a 30 de maio de 2009. http://www.intercom.org.br/papers/regionais/sul2009/resumos/R16-0120-1.pdf Algumas de suas produções tiveram inspiração nos tradicionais contos de fadas, marcadas pelo fantástico e pelo mágico, despertando o encantamento daqueles que contatavam com seu conteúdo. Tais desenhos davam visibilidade a um tipo específico de personagens: as princesas. Após um longo período de hegemonia dos Estúdios Disney, outros estúdios americanos, como o 20th Century Fox e o Dreamworks, emergiram, desenvolvendo animações e também apresentando ao público suas princesas (FOSSATTI, 2009, p. 01).
As princesas, em sua passividade e submissão, aguardavam o encontro com o príncipe, aquele que também traria a certeza de um final feliz. O conteúdo implícito a estas produções reforçava aquilo que era adequado e esperado à postura feminina, como a dependência e o respeito ao masculino, bem como o dever de aguardar passivamente regramentos que refletiriam na estabilidade de suas vidas.
Dado um intervalo de tempo, importantes alterações sociais, notabilizadas pela mulher, foram ganhando destaque e redirecionando sua história. As princesas acompanharam estas transformações e adequando-se a elas, sem que, com isso, perdessem o caráter mágico e de encantamento próprio dos contos de fadas. Em 1989, emerge Ariel, de “A pequena sereia”. Como as demais, é considerada a mais bela de seu reino. Diferente das princesas anteriormente citadas, além de bela, Ariel é caracterizada no desenho como curiosa, esquecida e irresponsável. Inquieta, deseja conhecer um novo mundo; queria uma existência diferente daquela que lhe era oferecida; desejava uma transformação, determinando assim o direcionamento que daria a sua vida. Se Branca