A pele que habito

No filme, A pele que habito, lançado em 2011 e dirigido por Pedro Almodóvar, vemos uma estória muito interessante. Inicialmente somos apresentados a Vera, uma jovem mulher muito bonita, que vive prisioneira em uma grande casa, que também funciona como a clínica de seu carcereiro, o cirurgião plástico Robert. Durante boa parte do filme não sabem quem Vera é, e o motivo de estar sendo mantida presa. Apenas se sabe que o cirurgião realiza experiências com relação a produção de novos tecidos para implantar nela, utilizando o processo de mutação nas células, através do material genético de suínos, animais que o mesmo afirma ter uma pele muito parecida com a dos humanos, porém mais resistente.
Mais a frente, é nos revelado que a prisão é um plano de vingança que se iniciou seis anos antes. Robert, que teve o desgosto de ver a filha suicidar-se após um trauma decorrido de um abuso sexual, capturou o agressor, mantendo-o como prisioneiro. Posteriormente, como forma de punição, realiza uma mudança de sexo no rapaz, conhecido como Vicent. O Pós operatório todo, junto com os anos seguintes de cativeiro, é vivido dentro de um grande quarto, monitorado e trancado o tempo todo. O único que tem acesso a ele, é o próprio Robert. A modificação corporal não parou por aí, pouco a pouco, cirurgias foram realizadas até que Vicent tivesse a fisionomia completamente característica de uma mulher, sendo chamado de Vera.
Com o tempo, a relação metódica de médico para com seu paciente, se modifica. Robert para de enxergar alí, alguém que desejou punir pela morte da filha, esquecendo-se de que dentro daquele corpo viveu Vicent, enxergando apenas Vera. Apaixonado pelo seu trabalho, apaixonou-se também pela sua obra de arte. Um corpo belo, recoberto pela melhor pele que alguém no mundo poderia ter. Robert se apaixona por Vera, e mesmo com avisos de que ele estava ficando cedo e dando confiança demais para a garota, ele se entrega a sua criação, sendo morto pouco depois pelas mãos traiçoeiras