A pele que habito
Mas nem ele, o belo cineasta que é Pedro Almodóvar, nem La piel que habito, esse filme estranho, algo desconjuntado e sempre interessante, têm muito a ver com este relato, cuja existência deve ser creditada a uma vontade de passar ao leitor um pouco do clima por aqui. Neste novo trabalho, Almodóvar confirma a tendência recente de aprofundamento das relações entre seu único e indistinto universo particular e o cinema de gênero. Algo sempre presente em sua obra (ver, por exemplo, como agencia Noite de Estréia [Opening Night, 1977], de John Cassavetes, e A Malvada [All About Eve, 1950], de Joseph Mankiewicz, em Tudo Sobre Minha Mãe [Todo Sobre Mi Madre, 1999]), é, no entanto, a partir de Má Educação (La Mala Educación, 2004) que esta aproximação se intensifica, tendo em Abraços Partidos (Los Abrazos Rotos, 2009) outro peculiar momento – em um filme que me parece ter sido “abandonado” um pouco antes da hora, diga-se de passagem.
Embora