A pelada no espaço urbano contemporâneo: algumas considerações sobre goiânia-go / brasil
Alexsander Batista e Silva
Eguimar Felício Chaveiro
Instituto de Estudos Sócio-Ambientais
Universidade Federal de Goiás / Brasil
Para início de conversa, acreditamos que os geógrafos deveriam ampliar seu horizonte de atuação e interesse para além dos temas tradicionais e se debruçar também em torno de inúmeras outras questões que cercam a sociedade e o mundo contemporâneo e, evidentemente, dentre elas o futebol. Futebol esse que reúne multidões, mobiliza capitais, participa da geopolítica atual, fotografa as contradições viscerais do sujeito contemporâneo, expressa a violência, a corporeidade, as condições psíquicas e desenvolve afetos, dissidências, junções, alegrias e tristezas.
Dentro do vasto mundo do futebol, o nosso interesse aqui é o futebol informal/amador, popularmente conhecido como “pelada”. As peladas constituem-se num fenômeno sociocultural muito presente na periferia dos centros urbanos. Os atores das peladas, ou seja, os peladeiros apropriam-se, mesmo que temporariamente, de determinado espaço para prática do futebol (não-profissional), construindo assim os territórios das peladas. Os peladeiros territorializam-se temporariamente num determinado espaço, imprimindo as marcas de sua cultura futebolística. Entende-se como cultura futebolística do peladeiro toda uma gama de práticas materiais ou simbólicas que permite com que ele se conheça e, seja conhecido como diferente do outro.
A mercadoria vai invadindo os domínios da vida social. No caso da cidade grande a disputa por espaço é extremamente intensa. Em decorrência disso, a metrópole se torna múltipla, contendo várias temporalidades. Tal simultaneidade cria particularidades na metrópole, cada pedaço da cidade apresenta formas diferenciais determinando modos de usos e formas de apropriação – os guetos. O urbano contemporâneo, principalmente a metrópole, é marcado, cada vez mais pela fragmentação.
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