A participação do(a) assistente social na consolidação de novos modelos tecnoassistenciais em saúde
André Domingos de Assis França[1]
Este trabalho é resultado de reflexões sobre a participação do(a) assistente social na consolidação de novos modelos tecnoassistenciais em saúde, tomando como objeto um programa de atenção domiciliar implantado num serviço privado de assistência à saúde, cuja lógica estruturante é semelhante à do serviço público. Este serviço pertence ao segmento das empresas de autogestão em saúde, um ramo do setor privado que, dadas as suas características não lucrativas e de gestão compartilhada, assemelha-se, em diversos aspectos, aos serviços públicos, especialmente, no que se refere ao desafio de equalizar as necessidades de saúde de sua população, a cobertura contratual e os custos com os procedimentos médico-hospitalares. De acordo com Silva Júnior (2003:114), “algumas dessas empresas de autogestão optaram pelo desenvolvimento de serviços próprios que imprimissem novas lógicas assistenciais e maior efetividade na atenção à saúde”. Apesar de contarem com aportes financeiros mais amplos que os disponibilizados no serviço público, tais empresas também se vêem diante da necessidade de enfrentar o modelo hegemônico de assistência à saúde. Por outro lado, nos serviços de autogestão é possível observar que os processos de trabalho das equipes e a relação com a população assistida se desenvolve com maior fluidez. A metodologia utilizada foi a observação participante a partir de nossa prática, uma vez que, compomos a equipe multidisciplinar do serviço em questão. No sentido de visualizar os resultados de nossa observação discorreremos sobre os pressupostos do cuidado em domicílio, a formatação do Programa de Atenção Domiciliar (PAD) implantado no serviço e os resultados de uma avaliação realizada durante os dois primeiros anos de seu funcionamento. A atenção no domicílio é um componente de cuidado à saúde no qual serviços são