A participação da mulher na luta armada
Este estudo tem por objetivo fazer um levantamento da participação das mulheres na militância política no período do Regime Militar no Brasil (1964-1980). Com o golpe de 1964 instalou-se no Brasil um dos períodos de mais terror já existentes nesse país onde várias pessoas que não se curvavam ao Regime foram presas, torturadas e mortas. Período esse de grandes turbulências para os militantes das organizações que eram contra o regime ditatorial dos militares. Torturas, prisões, exílios, e até mesmo a morte foram as conseqüências para aqueles que ousaram ir contra o regime. Essas organizações eram na maioria constituídas por homens e foram cassadas ferozmente pelos DOIs e CODIs que eram incumbidos de exterminar qualquer um que fosse contra os militares Mas essas frentes revolucionárias inspiradas pela Revolução Cubana também contaram com a participação direta ou indireta de muitas mulheres. Mulheres essas que sofreram com os horrores desse período. Tendo em vista um castigo a mais pelo simples fato de serem mulheres e serem ousadas ao ponto de enfrentar algo que não lhes cabia. Como já observa a ministra da Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres da Presidência da República.
“Se nos impuséssemos o exercício de mapear os dez nomes que mais aparecem nos livros de história, dificilmente aparecerá um de mulher entre eles. Com a honrosa exceção da princesa Isabel, que aparece como “libertadora” e nunca como “governante”, o Brasil parece ter sua história feita exclusivamente por homens. O relato oficial sobre a nossa trajetória como nação é estritamente masculino; nos retratos oficiais nossos heróis têm ,quase sempre, barba e bigode.”( FREIRE, Nilcéia 2010, p.17)
A mulher desde muito tempo não fora criada para lutar e nem para participar da política e sim fora educada para servir ao lar, ao marido, aos filhos.