A Palavra no rumo da história
Deus é o favor amoroso para a humanidade em Jesus Cristo e, por essência e graça, sua transcendência não é esvaziada no comprometimento íntimo da revelação com a humanidade. Entender e poder perscrutar os mistérios da revelação de Deus coincide com a abertura humana à transcendência.
Inúmeras interrogações são postadas ao confronto relacional frente aos desafios, às crises, às dores e à morte humana. Estes e tantos outros elementos tornam-se realidade de confronto para os homens e as mulheres em suas relações históricas e transcendentais. A dor, o sofrimento e a morte confrontam a pessoa numa profunda atitude de interrogação: De onde vem o mal? Porque tanto sofrimento? Parece existir uma cisão entre as realidades humanas e divinas. Será essa realidade de dor, morte e sofrimento são somente atributos do mundo histórico? Essa maneira de ver e descrever a realidade humana percorre uma visão muito estreita do indivíduo, limitando a pessoa humana quase que exclusivamente ao tempo, isto é, às realidades históricas fechadas em si mesmas. A destruição da natureza reflete incisivamente naquilo que o ser humano pode se tornar: um ser de relações minimizadas, caracterizando o fechamento relacional da pessoa humana, tanto em sua responsabilidade como em sua liberdade. Isto nem sempre foi assim. Trata-se, portanto, de uma crise do contexto humano onde as chamadas biosferas são profundamente fragmentadas.
A humanidade pode estar esquecendo, em suas relações, da grande e sacramental complexidade da natureza. Afirma-se que a pessoa humana atravessa por uma crise, uma “noite do mundo”[1], de um lado em relação à natureza e seus ecossistemas e biomas, e por outro, do próprio ser humano, em sua materialidade enrijecida num desenfreado postulado do “ter” em detrimento do “ser” com realidade vital e integral de toda biosfera. Neste sentido, “na crise ambiental, o duro tronco da realidade natural vem se opor a ser manipulado pelo