A origem do conceito integração política externa
A. A integração
Provavelmente, as primeiras reflexões teóricas a respeito do processo de unificação de sociedades políticas independentes tenha se realizado na Grécia Antiga. É por isso que nós também seguiremos as recomendações de Bertrand Jouvenel1 e viajaremos a Atenas para ver como se compreendeu, no mundo clássico, o fenômeno daintegração política externa.
A viagem à antigüidade grega se justifica porque os gregos procederam muito rápido a uma tematização da vida política. Essa tematização surge de uma reflexão crítica tanto da experiência da Polis em sua vida interna como na relação da Polis com outras unidades políticas.
Veremos, então, como se compreendeu o conceito de integração política externa e quais foram suas conseqüências em dois momentos diferentes da antigüidade grega. Os dois casos que serão analisados não assinalam que o processo de integração permite uma troca que supera o aspecto meramente quantitativo da simples acumulação ou agrupamento de sociedades políticas independentes em um novo conjunto de maior tamanho. Em ambos os casos haverá, além do elemento quantitativo, um elemento qualitativo que transformará a natureza das unidades políticas que formam a nova entidade.
O primeiro caso de integração política externa permitiu o desenvolvimento da Polis grega através do processo que se denominou, nesse contexto: sinoecismo. Tal palavra descrevia a unificação de várias aldeias (komé) para fundar a cidade (Polis).
O uso de categorias modernas para entender as Polis gregas (como, por exemplo, cidades-Estados) resulta limitado em seu alcance. A Polis, que significava "Estado que se governa a si mesmo"2 , era um termo intimamente ligado à autonomia da comunidade política.
A Polis, no mundo grego, era um local ou um espaço determinado, era "uma construção espiritual, um feito moral, religioso e político, antes que um conjunto arquitetural"3 . O exemplo de Atenas é ilustrativo, era uma capital