A origem do Budismo
Há dois mil e quinhentos anos nasceu, na Índia, um príncipe chamado Siddharta. Apesar de viver rodeado de seres possuindo grandes qualidades e dos prazeres mais subtis, a consciência clara do sofrimento tornou-se-lhe insuportável. A ideia que podia encontrar um meio para os libertar do sofrimento, levou-o a renunciar ao reino, à vida familiar e a todos os prazeres, para buscar, na solidão e na calma da meditação, uma resposta definitiva para ele e para toda a humanidade.
Ao fim de vários anos de ascetismo atingiu a Iluminação espiritual. Viu então a realidade do universo e do seu próprio espírito, uma verdade subtil que, apesar de ser o seu potencial normal de ser humano, era dificilmente acessível aos seres comuns.
As quatro Nobres Verdades
O primeiro ensinamento que deu, depois de ter atingido a Iluminação, incidiu sobre quatro pontos a que chamou as quatro Nobres Verdades.
Começou pela constatação do sofrimento. Na realidade, se olharmos bem, constatamos que a vida é feita de separações, de desencontros, de frustrações e de dificuldades. E, ainda que por um acaso extraordinário sejamos mais felizes que a maioria das pessoas, podemos ver os outros sofrerem à nossa roda. Esse sofrimento sempre existiu no mundo: as guerras, a fome, as torturas, a violência desde sempre acompanharam a vida da humanidade. Apesar de não o desejarmos, persegue-nos passo a passo.
Se procurarmos ainda mais fundo, veremos que o nosso espírito nunca está descontraído. O carácter insatisfatório, efémero e frágil das nossas experiências não constitui um terreno sólido sobre o qual possamos construir uma existência despreocupada. De um momento para o outro, a situação mais agradável torna-se um inferno, o amigo mais próximo torna-se um inimigo. Durante uma vida humana são raros os momentos de verdadeira paz em que não somos devorados pela expectativa nem pelo medo.
Qual é a causa desse sofrimento? Apesar das causas circunstanciais serem infinitas, a