A origem das Cruzadas
Além dessa quebra dos antigos vínculos feudais, vemos que essa crise de produção também veio a influir diretamente na administração que os senhores feudais dedicavam às suas terras. Ao longo do tempo, tornava-se uma prática comum, os senhores feudais deixarem suas propriedades de herança apenas ao filho mais velho. Tal ação, tinha como objetivo fundamental garantir os níveis de produção e evitar a fragmentação das propriedades feudais.
Tais práticas possibilitaram a formação de uma ampla classe de pessoas marginalizadas que não se enquadravam nas antigas estruturas do poder feudal. De tal modo, os indivíduos que não passaram a viveram nos centros urbanos – envolvidos com outras ocupações – comporam uma grande classe de marginalizados que viviam da mendicância ou da realização de assaltos e pequenos furtos. Foi nesse contexto, que a Igreja encontrou as condições necessárias para a organização das cruzadas.
Até o século XI, os árabes permitiam que os cristãos realizassem peregrinações rumo à cidade sagrada de Jerusalém. Entretanto, a tomada da região pelos turcos seldjúcidas transformou essa situação, quando estes proibiram a peregrinação de cristãos à Terra Santa. Respondendo a essa situação, o papa Urbano II, em 1095, realizou o Concílio de Clermont. Nessa reunião, ficou traçada a formação de uma grande força militar que teria a missão de reconquistar Jerusalém.
Conclamando uma verdadeira união dos cristãos europeus contra os “infiéis”, a Igreja Católica daria início às chamadas Cruzadas. Tal movimento acabou