A origem da familia
Ao tomar a família como unidade de análise, a sociologia encarou-a como um grupo social inconfundível face a outrosgrupos sociais. A família assume formas e funções diferentes conforme o tempo e o espaço em que se situa. Temvariado muito desde meados do século XIX nos contextos de implantação da industrialização, mas foi sobretudo nasúltimas três décadas do século XX que mais sofreu mutações nas sociedades industrializadas. A sociologia da famíliaestuda factos tão diferentes como o casamento, sua duração e estabilidade, a escolha do cônjuge, a dimensão dafamília, a procriação voluntária, os papéis feminino e masculino, as relações de casal, o papel central da criança, o novoestatuto de adolescente, ou as relações de parentesco alargado.
A família tem sido objeto de diferentes abordagens sociológicas, entre as quais a institucional, a estrutural-funcionalista,a marxista e a interaccionista. A abordagem institucional encara a família como a instituição base de toda a sociedade eestuda-a nas funções que desempenha face às outras instituições sociais, políticas, económicas e educativas dessasociedade. Esta foi a perspetiva que dominou a sociologia clássica do século XIX e início do século XX. Está hojeultrapassada após as críticas que lhe foram dirigidas de enfatizar os aspetos estáticos e assumir arbitrariamente ummodelo familiar nuclear como universal.
A abordagem estrutural-funcionalista acentua, ao contrário da anterior, que a família não deve ser encarada como uma"microssociedade" que incorpora em si as principais funções sociais. Ela corresponde antes a um subsistema social comfunções especializadas que são a resposta a um conjunto de expectativas socialmente condicionadas. Essas funçõesespecializadas seriam basicamente a socialização primária dos filhos e a estabilização psicológica do adulto,indispensáveis para a perpetuação da sociedade. A abordagem estrutural-funcionalista define ainda os papéis dentro dafamília. Este modelo defendido,