a organização do ensino e o contexto sociopolitico apos 1930
Com a entrada do Governo Provisório (1930), houve a implementação da Reforma Francisco Campos na educação. Era a primeira vez que uma reforma atingia profundamente a estrutura do ensino e era imposta a todo território nacional. Essa reforma tratou de organizar preferentemente o sistema educacional para as elites, visto que deixou o ensino primário, normal e médio (salvo o ensino comercia) marginalizados. Nesse último, segundo a autora, não se tratava de um sistema de ensino, mas de um sistema de provas e exames, tamanho era o exagero do sistema de avaliação. Nesse contexto, somente alunos de classes privilegiadas conseguiam concluir o ensino secundário. Na reforma, não houve preocupação em criar um sistema de ensino profissional, justo no momento em que o país estava começando a industrializar-se. Segundo Romanelli, esse descuido com o ensino profissional foi um “passo atrás”. Concordo com a autora que nesse momento deveria ter uma maior atenção para o ensino técnico, mas também podemos pensar que essa seria uma estratégia para manter um “exército de reserva”, uma multidão de pessoas com instrução mínima e que, portanto, seria facilmente manipulada. As classes que iam gradativamente assumindo o poder contavam com a presença, de um lado, dos jovens oficiais progressistas e da nova burguesia industrial, que exigiam inovações de toda ordem, e do outro lado, contavam com a presença de parte da velha aristocracia liberal, ainda apegadas às velhas concepções. A expansão do ensino e sua renovação ficaram, como podemos perceber, subordinadas ao jogo de forças que essas camadas manipulavam na