INTRODUÇÃO Este artigo tratará sobre uma das tragédias gregas mais importantes para o entendimento das concepções de Direito e Justiça que existem atualmente. Trata-se de A Oresteia Ou A Invenção Da Justiça de Ésquilo, escrita no século V a.C.. Esta tragédia é dividida em 3 partes: Agamêmnon, As Coéferas e As Eumênides. "Agamêmnon" baseia-se na volta vitoriosa do herói à Argos, após ter vencido a guerra de Tróia e vingado a honra de seu irmão Menelau, marido de Helena, que havia fugido com Páris. A esposa de Agamêmnon, Climnestra, por sua vez, também o trai, e arquiteta o assassinato do marido com o amante. Em "Coéforas", Orestes e Electra, filhos de Agamêmnon, vingam sua morte, matando a mãe e seu amante. A ira de Climnestra é materilizada nas Fúrias. Vistas somente por Orestes, são as responsáveis por sua loucura em "Eumênides". Ainda na última peça, Orestes é julgado pelo seu crime pela Deusa Atena que proclama que o tribunal, o primeiro a julgar um crime de homicídio, fica instituído para sempre. A obra retrata, basicamente, a passagem da vingança privada (pré-direito) para a justiça pública (direito), esta mudança "implicará também o recuo da palavra mágica em favor de uma palavra dialógica que busca convencer por argumentos racionais e provas verificáveis". Há também na obra, uma passagem "do genos aristocrático à pólis democrática, ou ainda do mythos ao logos" (OST,2005,p.108), porem, apesar dessas mudanças nota-se ainda a "permanência do arcaico no mais moderno" (OST,2005,p.108) cabe-nos perceber "a realidade paradoxal de um direito, que para se realizar, toma algo da violência que ele quer combater" (OST,2005,p.108). Percebe-se ao final das obras que o autor procurou "mostrar o entrelaçamento do direito e da violência (direito contra a violência e violência pelo direito) até nas instituições mais 'modernas' " (OST,2005,p.108).
DESENVOLVIMENTO A primeira parte da obra começa com a volta de Agamêmnon de uma batalha em Tróia