A ordem por base, o progresso por fim
Por Jeovana Sena
O seguinte texto mostrará algumas das tristes realidades brasileiras. Os terríveis paradoxos presentes no país, que tratam de impedir que muitos tenham acesso a coisas essenciais, como a educação, moradia com qualidade e segurança, segurança, ao lazer, entre outras coisas. Tomaremos como base o filme “Policarpo Quaresma: Herói do Brasil”, de Paulo Thiago, baseado no livro “Triste fim de Policarpo Quaresma”, de Lima Barreto. Policarpo Quaresma é um brasileiro de nacionalismo absurdo, que estuda durante anos e desenvolve idéias para a melhoria do país. Segundo ele, essas mudanças levariam o Brasil ao topo dos países desenvolvidos.
Na cena inicial do filme, ele está numa reunião com políticos, inclusive o então presidente Floriano Peixoto, para a aprovação de uma lei que instituísse o tupi guarani como língua oficial do Brasil. Essa sua idéia torna-se motivo para chacotas entre os ali presentes, que desconsideravam a contribuição dos nativos na cultura do país. Segundo eles, a cultura brasileira era a européia e aqueles que não concordavam (ou eram de culturas diferentes) eram inferiores e não poderiam considerar-se brasileiro. Major Quaresma apresentava total diferença entre essas opiniões e ao longo do filme (e do livro) tenta mostrar as contribuições da cultura nativa na brasileira.
Outra cena do filme nos traz um grande paradoxo. Em uma manifestação por melhorias e pela deposição de Floriano Peixoto do governo, um jovem é morto por um tenente. Dessa descrição, nos perguntamos: o estado não deveria nos proteger?
Pergunta essa que temos resposta todos os dias, com muitas repressões e com uma relação de subordinação e medo, ou quando a polícia invade um morro ou favela “passando por cima de todos”. O objetivo que, teoricamente, deveria ser o combate ao tráfico de drogas ou a ‘pacificação’, torna-se o abatimento dos traficantes, dos envolvidos com o tráfico de alguma forma e a população ali presente.
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