A onda verde e a indústria da construção
O Brasil assistiu meio surpreso, no primeiro turno das eleições presidenciais, a demonstração de força política da chamada terceira via do poder, aqui personificada pelo Partido Verde (PV). Correndo por fora da polarização PT/PSDB, ele conquistou nada menos que 20 milhões de votos, ou cerca de 20% dos votos válidos. Sem contar com recursos milionários para a campanha, rechaçando rótulos de direita ou de esquerda, a ex-ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, candidata à presidência da República pelo PV, arrebanhou principalmente o público jovem com um discurso orientado para as questões ligadas ao desenvolvimento econômico sustentável, preservação do meio ambiente e para as causas sociais.
Há nesse resultado sinais que precisam ser interpretados e vão além dos interesses partidários. Não é de hoje que a sociedade brasileira vem dando atenção crescente à agenda ambiental e o tema tende a assumir importância cada vez maior junto às novas gerações e eleitores e cidadãos.
As mudanças climáticas geradas pela emissão de gás carbono na atmosfera, como resultado de um crescimento econômico a qualquer custo, deixaram de ser tema de discussões acadêmicas ou científicas e ganharam as ruas, escolas, praças de alimentação nos shoppings etc. Não se discute mais se as mudanças vão acontecer, e sim que providências tomadas para minimizar os danos.
E o que a Indústria da Construção tem a ver com isso? Muito! Por mais que seja um dos principais indutores do desenvolvimento no País, o setor figura, também, no topo do ranking das atividades geradoras de grandes passivos ambientais. Por isso não pode ficar omissa nessa discussão. Ao contrário, tem que tomar a dianteira, assumindo sua parcela de responsabilidade, buscando diálogo e articulação com os mais amplos setores da sociedade – incluindo o poder público, setores produtivos e comunidade acadêmica –, na proposição de soluções.
Precisa investir no desenvolvimento de mecanismos que