A Odisseia - Doze passos de um processo de criação
Doze passos de um processo de criação
Primeiro passo
Tradicionalmente a Escola realiza uma montagem com os atores do terceiro – e último - ano do núcleo de formação. Não se trata de uma simples montagem de final de curso, mas um processo que permita a pesquisa, o trânsito por áreas artísticas desconhecidas.
A criação do espetáculo Odisséia começou como a maioria dos processos de criação da Escola Livre de Teatro: a partir de uma proposta. Não interessa de onde venha a proposta: de um aluno, um diretor, um dramaturgo, um cenógrafo, etc. A proposta, no caso, veio do diretor Francisco Medeiros que, há muito tempo, sonhava recriar o périplo de Ulisses para um público jovem.
Segundo passo
Em março de 2001 houve a reunião de todos os envolvidos: atores do núcleo de formação, dramaturgos núcleo de dramaturgia, integrantes do núcleo de cenografia e figurino dirigido por Márcio Tadeu e os coordenadores do projeto: Gustavo Kurlat (música), Lucienne Guedes (interpretação) Francisco Medeiros (direção) e Luís Alberto de Abreu (dramaturgia). Essa reunião prévia é importante no sentido de estabelecer uma horizontalidade no processo de construção artística. A proposta devia ser aprovada pelo grupo e ser estabelecido um planejamento inicial. Reiterou-se que trabalharíamos dentro do processo colaborativo e deu-se ênfase à liberdade de interferência entre as diversas áreas na busca de um trabalho o mais integrado possível. Foi colocado, também, como objetivo a pesquisa musical. Queríamos um musical por ser essa um forte fundamento do grupo de atores.
Terceiro passo
Como forma de tornar o material de pesquisa comum a todos – isso é fundamental no processo colaborativo – surgiu a proposta dos atores de fazerem a leitura conjunta da Odisséia. Todos os dias lia-se um trecho do épico e, no dia seguinte, colhia-se o que chamamos de imagens residuais: as imagens mais significativas que permaneceram na mente de cada um sobre a leitura do dia anterior. Tanto as imagens do