A ocupação do espaçoe e a dinâmica urbana regional
• Desde suas origens, o ser humano utiliza-se do seu conhecimento para dominar e controlar a natureza, de forma a garantir sua sobrevivência e reprodução. Parte desse domínio passa pela capacidade de ser humano em adequar o meio físico ao seu modo de vida. Essa adequação permitiu que o ser humano deixasse suas características nômades para tornar-se um ser sedentário, capaz de dominar o meio físico ao seu redor com vistas a garantir sua subsistência em um determinado local. Assim, desde há muito tempo, entender a maneira como o ser humano ocupa o meio físico é de extrema importância para entender como funciona sua sociedade.
Com o advento da Revolução Industrial, a ocupação do espaço, e mais exatamente o papel da cidade, que já havia há muito tornado-se a forma mais comum de convívio social de grandes grupos de humanos, passa por profundas transformações. O espaço passa a ser instrumento da produção, e portanto, instrumento para a própria acumulação da riqueza. A localização das manufaturas, e posteriormente das fábricas industriais revela-se de suma importância para a otimização da produção: estar ou não perto da matéria-prima, do mercado consumidor, da mão de obra disponível, de vias de transporte para o escoamento da produção tornam-se fatores essenciais na busca pelo lucro. Ou seja, o diferente potencial produtivo de um ou outro terreno faz com que ele seja mais ou menos valorizado. Estabelece-se uma hierarquia do espaço. Além disso, os seres humanos buscam locais para viver onde possa reinar o mais alto grau de bem-estar possível. Assim, áreas beneficiadas por atributos físicos privilegiados, áreas distantes do caos dos centros urbanos, áreas bem servidas pela infra-estrutura urbana tornam-se áreas como maior potencial de bem-estar, e portanto, áreas mais procuradas, e assim mais valorizadas. Essa é mais uma faceta da hierarquização do valor da terra. As diferentes classes sociais,