A obra "pais e filhos"
A obra “Pais e Filhos” do russo Ivan Turgueniev, um romance político, teve grande repercussão quando foi publicada. É considerada a obra-prima do autor, onde se apresentam, no decorrer da história, cenas que relatam seria o cotidiano nos mujiques após a Revolução Emancipatória da Rússia em 1861, uma revolução liberal. Além de ser a obra que popularizou o termo niilismo, que é vivido pelo personagem Bazaróv.
Ivan Turgueniev tem uma história de vida que justifica o porquê de suas preferências (ou falta delas) políticas. Foi criado por uma mãe muito severa, tanto com ele quanto com os servos. Presenciou muitas cenas de humilhação que os servos sofreram nas mãos de sua mãe, fatos que o marcaram profundamente e, sem dúvidas, o influenciaram na sua forma liberal de pensar. O romancista se preocupava com o que os outros acreditavam, tinha o dom de compreender as preferencias alheias, era totalmente empático. Observava muito as controvérsias políticas, como, por exemplo, o conservadorismo e liberalismo. O conflito de gerações também é um tema abordado da obra, que sugere o nome, onde dois personagens centrais, pai e filho, (Nicoláu Pietróvitch e Arcádio) da obra se contradizem nos ideais e princípios (ou falta deles) devido às experiências de vida diferentes.
O personagem na obra, o Bazaróv, que é colocado como niilista nega tudo e toda autoridade, nega a religião, a arte, a política, o amor e a medicina. Não crê em princípios e critica quem crê. É um personagem que instiga bastante, provoca um incomodo sem igual a todos os personagens da ficção. Sua forma de encarar a vida, sem princípios, foi muito além da ficção atingindo e influenciando os leitores da obra russa.
O modo de pensar sugerido pelo niilismo se difundiu pela Rússia de forma que, possivelmente, nem mesmo Turgueniev esperava. O autor foi acusado por muitos como responsável pelas revoluções radicais no país. A corrente niilista é ainda adotada por muitos, confundida muitas vezes com o ceticismo.