A obra de arte na era de sua reprodutibilidade técnica. (Walter Benjamin)
Ele cita a xilogravura, o desenho, a imprensa, a litografia, a fotografia, como exemplos de uma fácil reprodução de uma mesma obra de arte, esta “extraída” para um número além do original criando infinitas cópias deixaria de ser uma ‘obra de arte’. Também o cinema esteve muito ligado à reprodução da obra de arte através das imagens e da reprodução técnica do som.
Mas a fotografia, por sua vez, viria a suplantar a litografia. A característica principal do processo fotográfico é, para Benjamin, a preponderância do olho sobre a mão, que foi liberada das responsabilidades artísticas mais importantes, isto é, instaura-se o uso constante do olho, fixo sobre a objetiva, no lugar da mão: o olho apreende mais depressa do que a mão desenha – o processo de reprodução tornou-se muito mais rápido.
Mesmo a mais perfeita reprodução das obras de arte carece da presença, do aqui e agora da obra de arte, de sua existência única, no lugar em que se encontra. Esse aqui e agora da obra é a sua autenticidade. Diante da reprodução feita pela mão do homem, em geral uma falsificação, o original mantém sua plena autoridade. O mesmo não ocorre com a reprodução técnica: a fotografia, por exemplo, pela ampliação da imagem, ressalta aspectos do original que escapam à visão natural, além de poder levar a cópia do original até o espectador.
O Benjamin define aura como uma figura singular, composta de elementos espaciais e temporais: a aparição única de uma coisa distante, por mais perto que ela esteja. Assim sendo, a reprodutibilidade tira da obra de arte sua aura e com isso, eu diria, seu próprio status de obra de arte. Exemplificando, obra de arte é a apresentação de uma orquestra, na qual convergem a sinergia dos músicos, a atuação do