A não coisa
Esses termos explicam de certo modo por que a palavra design pôde ocupar o espaço que lhe é conferido no discurso contemporâneo.
A cultura moderna, burguesa, fez uma separação brusca entre o mundo das artes e o mundo das técnicas e das máquinas, de modo que a cultura se dividiu em dois ramos estranhos entre si: por um lado, o ramo científico, quantificável, “duro” , e por outro o ramo estético, qualificador, “brando”. A palavra design entrou nessa brecha como uma espécie de ponte entre esses dois mundos, tornando possível uma nova forma de cultura.
Muitos dos termos ligado a palavra design apresentam conotações de engodo e malícia.
A cultura para qual o desgin poderá melhor preparar o caminho será aquela consciente de sua astúcia, enganar a natureza por meio da técnica, substituir o natural pelo artificial e construir máquinas de onde surja um deus que somos nós mesmos.
Se o design continuar se tornando cada vez mais o foco de interesse, e as questões referentes a ele passarem a ocupar o lugar das preocupações concernentes à idéia, certamente não mais pisaremos em chão firme.
A palavra adquiriu a posição central que tem hoje no discurso cotidiano porque estamos começando a perder a fé na arte e na técnica como fontes de valores. Porque estamos começando a entrever o design qhe há por trás delas.
As informações que hoje invadem nosso mundo e suplantam as coisas são de um tipo que nunca existiu antes: são informações imateriais.. As imagens eletrônicas na tela da televisão, os dados armazenados no computador, hologramas e programas são tão
“implantáveis” (software) que qualquer tentativa de agarrá-los com as mãos fracassa. Essas não-coisas são, no sentido preciso da palavra, “inapreensíveis”.
O novo homem não é mais uma pessoa de ações concretas, mas sim um