A Nova Fabrica De Consensos Resenha
A nova fábrica de consensos. Ensaios sobre a reestruturação empresarial, o trabalho e as demandas ao serviço social, São Paulo, Cortez, 1998
Maria Amélia Ferracciú Pagotto
Doutoranda em Ciências Sociais na Universidade
Estadual de Campinas
Os ensaios reunidos e organizados por Ana Elizabete Mota, cuja unidade temática é dada pela atual forma de subsunção real e formal do trabalho ao capital e pelas novas demandas ao serviço social, chegam aos leitores como um trabalho que consolida a efetividade de uma certa interpretação analítica e suas possibilidades de intervenção anunciadas por um importante avanço no marxismo.
Permeado pela preocupação com as novas condições de trabalho do profissional da área de serviço social a partir da atual reestruturação produtiva, e as transformações nas formas de consumo e reprodução da força de trabalho pelo e para o capital, é, sem dúvida alguma, na análise do caráter deste último processo que o livro ganha seu maior mérito.
Nesse sentido, o artigo da organizadora em co-autoria com Angela
Amaral: “Reestruturação do capital, fragmentação do trabalho e serviço social” (pp. 23-44), além de iluminar previamente a tendência que orienta os demais, condensa um esforço teórico extremamente relevante; a obra avança os limites das preocupações fundamentais que constituem a própria identidade desses profissionais e ganha fôlego enquanto referência para o debate contemporâneo sobre a chamada “reestruturação produtiva”. Não fosse apenas por estabelecer vários diálogos e debates pertinentes entre autores clássicos e contemporâneos de diferentes áreas do conhecimento e no interior do aporte marxista, a grande contribuição deste livro está na reflexão crítica das teses da autonomia do progresso técnico em suas várias versões, verdadeiros alicerces dos discursos políticos dominantes acerca das mudanças (p. 24).
Abraçando a pesquisa sobre as transformações recentes, que recorrentemente se apresentam como modificações no