A nova cruzada neopentecostal
Há algum tempo observamos o crescimento da nova cruzada evangélica no Brasil. Os seus movimentos, igrejas e discursos já deixaram o campo religioso para a política, e seu fundamentalismo arraigado passa para o estágio de uma perigosa ditadura moral-política. A sociedade brasileira deve aprofundar a luta por um real Estado Laico, ao qual uma bancada evangélica ou de qualquer outra religião é uma completa contradição. A permanência do pastor Marco Feliciano (PSC-SP) na presidência da Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara dos Deputados terá influência determinante na votação de projetos como a criminalização da homofobia, o casamento gay e a promoção da diversidade cultural das minorias no país, que enfrentarão ainda mais resistência para serem apreciados. Analisando a conjuntura mais além, ocorre um recrudescimento político e social baseado em um discurso contrário a qualquer forma de organização que promova ideais e ações contrárias ao mais arraigado conservadorismo capitalista criado nos EUA no inicio do século XX, baseado em uma teologia da prosperidade e acentuado individualismo que encontrou poderosa base para se desenvolver através das desigualdades do modo de produção capitalista.
A chegada dos evangélicos à Comissão de Direitos Humanos da Câmara coincide com a ampliação do debate sobre o casamento entre homossexuais ao redor do mundo. Se o político pregador paulista carrega em seu discurso o lado mais conservador e grotesco da burguesia amparada pelos fiéis que deixaram de lado a máxima Cristã do amor ao próximo em detrimento do amor próprio, podemos observar que este perfil não é exclusivo, programas de tv e rádio diariamente convocam os evangélicos para movimentos políticos para supressão de valores visando ao bem coletivo, e assim defender interesses próprios, quando na verdade estão defendendo grandes empresários e políticos corruptos, verdadeiros lobos em peles de ovelhas, escondidos vestidos em seus caros