a nova classe C
Pela primeira vez no Brasil, a classe C corresponde a mais da metade da população. Hoje, 95 milhões de pessoas fazem parte dessa camada social, com renda mensal familiar entre R$ 1 mil e R$ 4 mil. Isso significa que o perfil socioeconômico do país mudou. Nos últimos sete anos, a chamada nova classe média – composta, sobretudo, por jovens com emprego formal, alto potencial de consumo e características heterogêneas – teve um aumento superior a 40% em sua renda familiar, o que permitiu maior poder de compra, acesso à tecnologia e ingresso em faculdades, por exemplo. Na última década, 31 milhões de pessoas entraram na classe média brasileira, resultado das políticas de proteção social, da retomada do crescimento econômico inclusivo, da expansão do emprego e do acesso ao crédito, assim como do aumento no grau de escolarização da sociedade. Os dados, da Secretaria de Assuntos Estratégicos (SAE), com base na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD), mostram que esse desenho atual exige a implementação de ações de governo específicas, voltadas para esse segmento. A expansão da classe média brasileira segue robusta, conforme dados apurados até junho, afirma o economista e coordenador do Centro Políticas Sociais (CPS) da Fundação Getúlio Vargas (FGV), Marcelo Neri. Em debate na 22ª Bienal do Livro, em São Paulo, ele reafirmou a projeção de que mais 12 milhões de pessoas ascenderão para esse segmento até 2014. Nas classes A e B, o número de entrantes chegará a 7,7 milhões. Neri não arrisca dizer, contudo, como será o comportamento dessas classes sociais de 2015 em diante. Entre 2003 e 2011, a nova classe média – que tem renda familiar de 1.700 reais – incorporou 40 milhões de pessoas. Novo consumidor – A nova classe média, hoje com maior poder de compra, tem tido acesso a bens e serviços que, anteriormente, eram restritos às classes A e B, tais como planos de saúde, escolas particulares e